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Elas Transformam nas Redes Sociais
Aline Silva

Nascida em São Paulo, em 18 de outubro de 1986, Aline Ferreira se tornou um dos principais nomes da luta olímpica ao ser a primeira atleta do país a conquistar um ouro na modalidade. Iniciou sua carreira no judô e depois migrou para a luta olímpica por intermédio do seu treinador Joanílson Rodrigues. Passou a viver entre o judô e a luta olímpica. O divisor de águas que definiu qual modalidade Aline seguiria foi o Campeonato Mundial de 2003, disputado no Madison Square Garden, um dos principais palcos de eventos nos Estados Unidos. Aos 17 anos ela percebeu a grandiosidade do esporte e decidiu o que faria dali para frente.

"Viajei para fora do país e aí fiquei deslumbrada com a Luta Olímpica. Não quis mais parar."

No Brasil a situação era bastante diferente da presenciada lá fora. A ausência de investimentos na modalidade fez com que a atleta trocasse momentaneamente a malha da luta olímpica pelo kimono do Jiu-jitsu. Enfrentando dificuldades financeiras, chegou a ser segurança de banheiro feminino em casas de show e até vender alfajor para se manter.

"Fazer parte do #ElasTransformam para mim significa ser apoiada pelo talento, significa mais energia na luta pelas minhas conquistas que vão além de medalhas. O patrocínio da MRV mostra a transformação no mundo que eu quero ver, onde mulheres podem ser o que elas quiserem!""

Início

Uma ida despretensiosa ao Centro Olímpico acabou em um encontro com um professor inglês que dava aulas de judô e luta olímpica. Aos 12 anos Aline praticava seus primeiros golpes no judô sem saber o que viria pela frente.

Desmotivada com tudo que havia feito, já a ponto de parar o que nem havia começado, Aline, ainda criança, se manteve forte e seguiu. Por insistência do professor, ela começou a ir para a Luta, mesmo que contra sua vontade.

"Eu não queria, mas aí o meu ciclo de amigos que eu vivia já estava ali fazendo Luta."

Dois treinos depois de ter começado na luta olímpica, Aline participou do Campeonato Brasileiro que aconteceu no Centro Olímpico e surpreendeu a todos, mostrando todo seu talento e agilidade para o esporte. Usando golpes de judô, ela se demonstrava muito apta a modalidade, vindo a conquistar seu primeiro título com apenas 2 treinos de luta olímpica, o que acabou motivando ainda mais a seguir a trajetória dentro desse esporte.

Trajetória Profissional

Aos 21 anos e já consolidada na luta olímpica, Aline perdeu a seletiva para os Jogos Pan-Americanos de 2007, o que a fez parar em uma equipe em Curitiba.

Já 2010 tornou-se a atleta mais vitoriosa pelo Sesi-SP, clube que defendia na época. Além disso, também foi uma das representantes do país nos Jogos Pan-Americanos de 2011, em Guadalajara, no México, vindo a conquistar a medalha de prata.

Em setembro de 2014, em Tashkent, no Uzbequistão, ficou com a prata na categoria olímpica até 75kg. No mesmo ano, conquistou a medalha de ouro nos Jogos Sul-Americanos, no mundial militar e no Grand Prix de Paris.

Mais à frente, em 2015, mais uma medalha para a conta, o bronze no Pan de Toronto, mostrando que havia chegado para fazer história. Ainda em 2015, alcançou seu 11° título brasileiro de luta olímpica na categoria até 75 kg e ficou em terceiro lugar do Pan-Americano da modalidade no Chile.

Apontada como esperança de medalha nas Olimpíadas do Rio em 2016, Aline acabou perdendo nas quartas de final. Com a derrota de sua algoz na semifinal, acabou ficando de fora até mesmo da repescagem.

Em março de 2020, mais um marco para a carreira de nossa campeã. Aline foi uma das duas mulheres que já garantiram vaga na modalidade para disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021.

No dia 31 de julho de 2021, na Arena do Makuhari Messe Hotel, em Tóquio, Aline fez sua estreia nos Jogos Olímpicos. A atleta lutou contra a turca Yasemin Adar na fase de oitavas de final no estilo livre feminino 76kg e foi superada por 6 x 0. Sendo assim, encerrou a sua participação na segunda edição de Jogos Olímpicos da carreira. Aline é a única atleta a conquistar medalhas em campeonatos mundiais e recordista de medalhas em Jogos Pan-americanos da modalidade.

Dificuldades

As dificuldades foram constantes na trajetória. Independente das condições, todo atleta enfrenta algumas barreiras, e com Aline não foi diferente. Muitos tem uma família que possui uma condição melhor, mais estruturada, capaz de ajudar financeiramente e dar um suporte maior, mas com Aline não foi assim. As dificuldades existiram e foram superadas.

"A gente tem as dificuldades como compromisso com nós mesmos. Dificuldade de cumprir nossas metas e etc. Eu, como minha mãe foi solo e me criou sozinha, tive dificuldade financeira. Não foi fácil."

Por ter uma jornada com dificuldades, Aline sempre gostou de valorizar ainda mais as pessoas que a apoiavam a seguir no esporte. Messias, seu primeiro professor de judô, bancava Aline como fazia com os próprios filhos dentro do esporte e Aline é grata a ele por isso até hoje.

"Tudo isso a gente acaba superando, eu acho. Todos os problemas são levados para dentro do tapete e "resolvidos" ali mesmo."

Conquistas Pessoais

Sem dúvida alguma o esporte é capaz de proporcionar momentos mágicos. Melhor que os momentos mágicos, só as conquistas pessoais e ensinamentos adquiridos através dele. Além de ter atingido o alto nível e ter se tornado uma atleta olímpica, nossa campeã destaca algumas conquistas pessoais que a luta lhe proporcionou.

"Sem dúvida alguma o estudo e conhecer o mundo. Hoje eu tenho uma situação financeira estável. Eu acho que tudo que eu sou hoje é pelo esporte, é pela luta. Eu não me vejo sem isso. Eu não sei onde eu estaria hoje."

Treino todos os dias, de segunda à sábado. Saudade da família e muitos outros sacrifícios tiveram que ser feitos para Aline chegar até aqui. No final, tudo vale a pena. De uma forma ou de outra, você sai campeã.

Atualmente, Aline está à espera de seu primeiro filho, o Malik e com foco direcionado para o seu projeto social, Me Empodera, que visa promover a igualdade de gênero através esporte e da educação.